Campos problémicos en los que se dará la discusión
a construção de uma reflexão crítica, interdisciplinar, politicamente situada e em diálogo com a perspectiva epistemológica decolonial do “sul”:
* a diversidade e a interculturalidade como bases para a ação e a convivência entre seres humanos;
* as condições políticas autoritárias e excludentes em muitos países e a imposição de pensamentos únicos e verdades absolutas;
* a precarização e vulnerabilidade provocadas por violências, estigmas e discriminações raciais, migratórias e de gênero;
* que crianças e jovens – afro, indígenas, migrantes, não-brancos e racializados e portadores de sexualidades distintas e vivências de gênero dissidentes – constroem, pelas brechas, estratégias e saídas para existir, resistir e re-existir;
A proposta se ancora em dois eixos de problematização: a) narrativas e ações estético-políticas articuladas a corporalidades e territorialidades; b) formas de violência/ discriminação/ exclusão; e a busca, pelas brechas, de ações estratégicas macro e micropolíticas capazes de explicitar os protagonismos, as resistências e as re-existências de crianças e jovens latino-americanos e caribenhos.
Preguntas orientadoras al interior de la mesa
* Quais as principais formas de exclusão, segregação e violências sofridas por crianças e jovens em contextos latino-americanos e caribenhos?
* Quais as principais alternativas e narrativas cultural-estético-comunicacional-políticas de enfrentamento dessas exclusões?
* Como crianças e jovens têm constituído desde o campo da política, da arte, da cultura e da comunicação suas práticas de existência, resistência e re-existência?
* Qual a importância dos corpos e dos territórios para a consolidação/ ampliação das violências e exclusões, mas também para o encontro de brechas e caminhos de resistir e re-existir?
* Por que o racismo, a discriminação de gênero e da condição migratória – e suas interseccionalidades – podem ser considerados campos privilegiados para a reflexão sobre identidades, diversidades e intercuturalidades?
Objetivos
Objetivo geral:
Mapear e problematizar a natureza e as formas pelas quais crianças e jovens latino-americanos e caribenhos vivem e experimentam, no cotidiano, as graves exclusões, segregações e violências decorrentes de políticas e práticas discriminatórias e estigmatizantes associadas às questões étnico-raciais, migratórias e de gênero, e suas interseccionalidades; assim como mapear, analisar e divulgar as práticas e ações culturais, comunicacionais e políticas protagonizadas por crianças e jovens como forma de reconstrução de suas existências, como meio de resistência e como mediação para as re-existências.
Objetivos específicos:
* Problematizar a centralidade dos corpos e dos territórios tanto na consolidação/ ampliação das violências e exclusões raciais, migratórias e de gênero, quanto para o encontro de brechas e caminhos de resistir e re-existir.
* Problematizar a potencialidade crítica e protagônica das narrativas cultural-estético-comunicacional-políticas de jovens e crianças na construção de estratégias de existência e resistência.
* Problematizar o lugar ocupado pela reflexão sobre raça, migração e gênero e suas interseccionalidades na contribuição ao debate sobre identidades, diversidades e interculturalidades.
Pertinencia y justificación
Vive-se hoje, em contextos latino-americanos e caribenhos, um cenário marcado por problemas econômicos, sociais e políticos, e por intensos processos migratórios, transfronteiriços e transnacionais, efeitos dos fluxos de sujeitos, bens, informações, entre outros; e, em muitos países, predominam condições políticas autoritárias e a tentativa de imposição de pensamentos únicos e de verdades absolutas. Destacam-se, ainda, nesse contexto: o aumento significativo de violências contra mulheres, negros e negras, migrantes e pessoas LGBTI – crianças e jovens com sexualidades distintas e dissidentes; a produção e a veiculação de discursos estigmatizantes e estereotipados; e a expansão crescente das desigualdades sociais.
Em resposta aos desafios propostos e diante das graves exclusões e discriminações sofridas por crianças e jovens – associadas e relacionadas, em especial, às questões raciais, migratórias e de gênero e de suas interseccionalidades – enfatiza-se uma reflexão sobre as diversificadas ações coletivas culturais, comunicacionais e políticas protagonizadas por crianças e jovens, em diferentes contextos; as percepções que cercam resistências e re-existências vividas e produzidas por esses sujeitos em suas vidas cotidianas; e a análise sobre a possibilidade de que essas ações resultem em transformações, tanto no contexto das políticas públicas de/ para / sobre infâncias e juventudes, quanto nas práticas sociais e no campo epistemológico da produção de conhecimento sobre crianças e jovens na América Latina e no Caribe.
Parte-se do pressuposto de que a participação de crianças e jovens se manifesta, inúmeras vezes, por ações que articulam – ora de forma equilibrada, ora de maneira conflituosa –, cultura, política e comunicação. São construções capazes de gerar, ainda, mobilizações culturais e comunicacionais e ações políticas em territórios múltiplos, à despeito de violências, injunções e adversidades que acompanham e atravessam as trajetórias desses sujeitos. Eles ressignificam, cotidianamente, as condições impostas pela “inevitável exclusão” – marcadas por pouca ou nenhuma participação em cenários, movimentos e práticas políticas e culturais – por meio de potentes produções político-culturais construídas tanto em seus territórios de origem, quanto em espaços mais amplos das cidades onde vivem.
Esses sujeitos, assim, ampliam e multiplicam vozes, histórias e trajetórias – silenciadas e apagadas –, por meio de suas produções e de seus protagonismos. A visibilidade e o reconhecimento social gerados por ações efetivadas por crianças e jovens são capazes de reconfigurar mapas e condições de vida cotidiana. Desse modo, são campos de atuação nos quais a tensão é permanente e os sujeitos disputam espaços, lugares, territórios, representação, representatividade, inserção de suas próprias culturas, além de produção e ressignificação de suas memórias. Resistem para re-existir.